Introdução:
Optou-se por não descrever o nível de evidência e grau de recomendação ao longo do texto, já que a maior parte do material consultado consiste em protocolos, manuais, consensos de opinião de especialistas ou estudos de baixo impacto científico. A escassez de estudos de altoimpacto e boa qualidade metodológica se devem, provavelmente, ao fato de a dengue ser uma das doenças tropicais negligenciadas. O dengue é a mais comum das doenças virais transmitida por mosquitos aos seres humanos, que nos últimos anos tornou-se um grave problema de saúde pública internacional¹. Sendo uma entidade com diferentes apresentações clínicas e, muitas vezes com evolução e resultado imprevisível. Apesar da grande variedade de manifestações clínicas, o dengue é uma doença única. Uma resposta bem gerida na linha de frente não só reduz o número das internações hospitalares desnecessárias, mas também salva a vida do enfermo. A notificação dos casos de dengue atendidos na atenção primária e secundária é crucial para a identificação de surtos e para se iniciar uma resposta rápida. É importante criar-se uma comissão técnica de alto nível cultural e de caráter multidisciplinar que emita orientações, condutas, avalie os resultados, fiscalize assegurando um procedimento uniforme e uma boa assistência médica. O diagnóstico diferencial deve ser sempre considerado, mesmo em regiões endêmicas. Reduzir a mortalidade da dengue exige um processo organizado que garanta de início, o reconhecimento da doença, sua gestão e o encaminhamento quando necessário. Na detecção e na gestão de dengue, uma série de recursos é necessária para fornecer bons serviços em todos os níveis. Os recursos incluem: uma equipe multidisciplinar treinada ao qual deve ser atribuído o primeiro nível de atenção na triagem e gestão de emergência. O dengue é uma enfermidade de importância mundial que acompanha a humanidade há centenas de anos, sendo, no entanto, negligenciada e sem perspectivas de controle em curto prazo¹¹. O vírus da dengue é uma doença sistêmica e dinâmica. Tem um amplo espectro clínico que inclui tanto um quadro clínico grave e não grave ³. Para uma doença que é complexa em suas manifestações, a gestão é relativamente simples, barata, muito eficaz para salvar vidas, desde que as intervenções sejam corretas e sejam instituídas no tempo correto. A chave é o reconhecimento precoce e da compreensão dos problemas clínicos durante as diferentes fases da doença, levando a uma abordagem racional, enfim uma boa gestão que leve a um bom resultado clínico ².
Bibliografia:
1) Relatório científico do grupo de trabalho sobre a dengue da reunião. 01-05 outubro de 2006, Genebra, Suíça.
2) OMS. Dengue e febre hemorrágica da dengue. Ficha n º 117 revistas de Maio
2008. Genebra, Organização Mundial da Saúde, 2008.
3) JG Rigau-Perez et al. Dengue e febre hemorrágica da dengue. Lancet, 1998, 352:971–977.
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